Você já deve ter ouvido falar em sistema on grid e off grid. Mas você sabe as diferenças entre um e outro e quando devem ser usados?
A necessidade do(s) usuário(s) e as condições do contexto do empreendimento vão ditar o tipo de sistema fotovoltaico que deverá ser instalado. Vamos entender cada um deles melhor.
Sistema on grid
Em inglês, o “grid” é a rede de distribuição de eletricidade. Portanto, o sistema on grid é aquele que está conectado à rede de distribuição. Essa conexão é possível através de inversores que, além de transformar a CC em CA, fazem a sincronização da corrente gerada pelo sistema fotovoltaico com aquela da rede.
A principal característica do sistema on grid é o fato de ele “trocar” energia com a rede de distribuição. Em períodos quando o sistema não recebe luz solar suficiente para gerar energia — como à noite ou depois de vários dias nublados —, o sistema é capaz de acionar a rede e usar a energia da distribuidora.
Por outro lado, sempre que há uma produção maior do que o consumo, esse excedente é enviado para a rede de distribuição de energia. Essa operação é regulamentada no Brasil, e o envio gera créditos de energia para o empreendimento. Eles podem ser usados em até 5 anos.
Na prática, o que acontece é que no fim do mês, o usuário paga apenas pela diferença entre a energia que foi enviada para a rede e a energia consumida também da rede. Isso significa que a conta de luz será muito mais baixa, mesmo usando um pouco de energia da companhia elétrica.
Sistema off grid
Se o sistema on grid é aquele que está conectado à rede elétrica, o sistema off grid é exatamente o oposto. Também conhecido como sistema isolado, ele pode ser instalado em locais onde a rede elétrica ainda não chegou.
Na construção civil, por exemplo, os sistemas off grid permitem um início mais rápido das obras, uma vez que não é necessário esperar que a companhia distribuidora faça a instalação da rede elétrica. Além disso, o sistema isolado pode substituir os geradores, levando a uma obra muito mais limpa.
Para conseguir suprir a necessidade de energia mesmo quando não há sol, o sistema off grid precisa de alguns elementos a mais no seu kit de instalação. Estamos falando de baterias e de controladores de cargas, que garantem a segurança dos módulos de armazenagem da energia.
Por conta desses equipamentos a mais, o sistema off-grid tem um valor de instalação mais alto do que o sistema on grid. Mas ainda assim, a instalação compensa: depois de poucos anos, o investimento se paga e começa a render lucro para os usuários.
Como, no sistema off grid, não existe a possibilidade de utilizar a energia da rede elétrica, é essencial fazer o cálculo correto da estimativa de consumo. Assim, não corre-se o risco de os usuários ficarem sem energia nos períodos em que o sistema não estiver exposto ao Sol.
Sistema zero grid
O sistema grid zero pode ser considerado uma inovação no setor das renováveis e uma novidade no mercado. Trata-se de um sistema no qual não há a injeção de energia na rede da distribuidora de energia. Ou seja, mesmo que seja produzido um excedente, ele não vai para a rede elétrica de distribuição.
Em vez disso, toda a energia pode ser direcionada para um quadro de distribuição determinado — por exemplo, para alimentar todo o sistema de ar-condicionado do empreendimento — ou para várias atividades diferentes.
O ponto é que o sistema grid zero usa um inversor inteligente, com a capacidade de controlar a geração, dependendo da necessidade. Ao mesmo tempo, esse sistema não permite a retroalimentação do sistema fotovoltaico à rede elétrica. Ao mesmo tempo, esse sistema não permite a injeção de energia do sistema fotovoltaico à rede elétrica. O objetivo do grid zero é abastecer e atender o autoconsumo do momento.
Você pode usar um sistema grid zero em conjunto com um sistema on grid. Dessa forma, será possível usar todo o potencial de geração energética do sistema e, ao mesmo tempo, não enviar a energia para a rede.
Esse sistema é muito interessante, por exemplo, em unidades que não permitem a geração de créditos de energia. Mas também é muito usado para projetos com grande consumo. Essa é uma forma de suprir a necessidade energética sem precisar realizar mudanças nos contratos firmados com a concessionária de energia elétrica. Por isso, a indústria e o agronegócio são grandes usuários dos sistemas grid zero em países onde a tecnologia já é mais comum, como Alemanha e Estados Unidos.
No Brasil, o uso de energia fotovoltaica está se tornando cada vez mais difundido. Assim, temos motivos para pensar que em poucos anos, o sistema grid zero será uma opção técnica por aqui também. Esse é um modo eficiente de ter retorno sobre a geração de energia, uma vez que trata-se de uma opção totalmente livre de encargos, impostos, tarifas e taxas.
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